domingo, 14 de agosto de 2011

Vivendo Missões na prática: Exercendo misericórdia

  Nunca a palavra missões foi tão usada como em nossos dias. Toda igreja tem pelo menos um culto de missões ao mês para falar do assunto, mostrar relátorios e etc. Mas fico me perguntando se estamos vivendo missões na íntegra. Será que estamos?

Missões tem muito a ver com anunciar as boas novas, o Evangelho de Cristo, aliás, tem tudo a ver com anunciar as boas novas. Acredita-se que porque o evangelho está sendo anunciado, o número de cristãos tem crescido muito. Então podemos dizer que a igreja está fazendo a sua parte, não é verdade? Mas há um grande problema aí: É que enquanto cresce o número de cristãos e enquanto cresce o número de denominações e templos, a violência, de todos os tipos, também cresce por todos os lados. Mas espera aí! O nosso trabalho não deveria estar produzindo frutos diferentes na sociedade, ajudando as pessoas a mudarem de mentalidade, de valores e consequentimente de vida? Existe aí um paradoxo gigantesco que precisamos resolver.
                Missões realmente é anunciar o evangelho para que as pessoas possam ter a oportunidade de terem a Cristo e serem dele também, para que possam viver e não sobreviver, pois vida de verdade só há em Cristo. Mas existem várias formas de anunciar o evangelho e o reino de Deus, e falar é apenas uma delas, e honestamente, nem sempre falar é a forma mais eficiente.
                A forma mais eficiente que conheço para apresentar a Cristo é amando ao próximo, a propósito é um mandamento do próprio Cristo. Mas esse amor que falo não se traduz apenas em sentimento e não pode ser mostrado através de palavras, tem que ser vivido na prática. É o amor que gera vida e personifica a fé, e como diz Tiago fé sem obras é morta (Tg. 2.26).
                O nosso amor precisa ser para o outro e gerar o bem comum. Lembram? Era isso o que Jesus fazia quando aqui na terra. Ele veio trazer o reino de Deus, mas não fez isso só falando do reino, mas mostrando o reino quando alimentava e curava as pessoas, não importando de onde elas viessem, não importando quem fossem. Mesmo Jesus sabendo que muitos dos que estavam nas multidões que o seguiam só estavam interessados no pão que ele lhes dava e não estavam ali por causa dele,Ele continuava a alimenta-los. Jesus se preocupava genuinamente com as pessoas. No Evangelho de Lucas, a maioria das vezes em que aparece o verbo curar, no original tá querendo dizer que Jesus curava gastando tempo com as pessoas, procurando saber da própria pessoa a origem do seu problema, Jesus não só curava o físico delas, mas também curava a alma, lhes devolvia a dignidade. E ele não fazia isso para que as pessoas frequentassem a sinagoga, não era esse seu objetivo. Queria salva-las.
                Hoje o que vemos são algumas igrejas desenvolvendo um ministério de misericórdia, mas com uma visão equivocada. Fazem isso para que as pessoas que estão sendo assistidas sentem em seus bancos e passem a serem seus membros, e se isso não acontece deixam de investir nas pessoas. Não é errado querer trazer pessoas para a igreja, mas o objetivo principal é trazer para Cristo. E podemos fazer isso quando compartilhamos, com as pessoas que precisam, do nosso tempo e dos nossos recursos. Quando falo recursos, não estou falando propriamente em dinheiro, mas estou falando em doar para o outro o seu serviço, aquilo que você sabe fazer. Já parou para pensar quantos profissionais, das mais diferentes áreas existem em sua igreja? Então imagine se cada um deles resolve tirar um pouco do seu tempo para se dedicar voluntariamente a um projeto, fazendo o que sabe fazer. Quanto aos recursos financeiros, se você não tem pode conseguir de quem tem, divulgando o projeto e seus objetivos - conhece o ditado “Quem tem boca vai à Roma”? Eu digo: Quem tem boca vai e arruma -. Isso é fazer missões, isso também é evangelizar, estaremos mostrando o caráter de Cristo em nós.
Que possamos então ser verdadeiros imitadores de Cristo, mostrando o nosso amor na prática, vivendo missões na prática, nos gastando pelas pessoas, não importando de onde são e quem são,assim como Ele e seus discípulos fizeram.

Ana Rita Moraes

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