Os tempos mudaram. Nada é mais como antes, basta olhar ao redor. Alguns dirão que avançamos, outros, que encontramos a liberdade. O século XXI é o marco que garante a continuidade de um tempo cheio de novos caminhos. Conseqüência da globalização, que hoje soa como o acordo de paz do mundo moderno, onde os quatro cantos da terra se unem com o único objetivo de satisfazer os desejos dos mais diversos públicos. O capitalismo não passa de uma forma legal de se ganhar o que não se encontra ao lado dos mais simples. A sofisticação é a marca do consumismo exacerbado, que se esconde atrás de nomes de doenças da modernidade, pois quando não tem mais força para controlar os impulsos surge mais uma peste humana, principalmente se o atingido tiver uma conta bancária gorda ou pertencer ao rol de astros da televisão.
Nossas preocupações não são as mesmas, perceberam? Nosso corpo precisa estar em forma, nosso carro precisa estar bem lavado, nossa casa sempre bem limpa e arrumada. Nosso salário precisa satisfazer nossos desejos mais ínfimos. Pois o sistema diz que se não existir prazer e comodidade não se é moderno... O que dizer dos grandes centros das grandes cidades... E os sites... E os sistemas bancários on line! Que maravilha! Olhe ao redor e veja quanta modernização! Veja como as comunicações tem nos levado a lugares altos! Temos que analisar com muito cuidado quando formos medir nosso crescimento, pois podemos ser tímidos demais diante de tanto avanço.
O bom senso parece ainda me acompanhar, diferente de muitos dos que fazem parte desta “sociedade do futuro”. Parece que estão todos cegos, não conseguem enxergar que um princípio que vem das construções deve ser revisto a cada tijolo que se coloca: o princípio da solidificação da base. Não há como se construir um bom edifício ou uma simples casa se o alicerce não tomar boa parte de nosso tempo. Contudo, não há tempo para isso, parece se ignorar que não se constrói nada de cima para baixo, parece lógico, mas é exatamente isso que falta no moderno homem da atual sociedade: raciocínio. Quantos filhos já se foram de entre nós por conta dos pais modernos? Quantos modernos já se foram por conta das drogas? Quantos modernos se foram pelo incontrolável desejo do álcool? Quantas mulheres e crianças estupradas e mortas pela lascívia do controlado homem de hoje? Quantas pessoas com futuro destruído por conta dos sonhos dos que possuem mais bens e poder nesta sociedade de selva de pedra? Sim, isso mesmo, eles estão escondidos nas cavernas que são suas casas. O homem capaz e global é o homem da idade da pedra revestido com um terno bem passado. A vontade solta... Incontrolável homem moderno!
Tudo que se vê neles é apenas uma simples camada de sujeira disfarçada de nobreza. Uma simples e nojenta superficialidade decorada, assim como os lindos centros profanados pela incontrolável sede de poder. O político continua roubando, enquanto os cinemas estão lotados para ver como o mocinho vencerá o bandido. Que pena! O sonho fica na sala fria e moderna, pois, lá fora, é bem diferente.
Estamos amordaçados, o malfeitor tem levado o dinheiro de nossos impostos, adquiridos com nosso suor e dedicação. Não temos voz nem vez, os que tentaram foram brutalmente assassinado. Como podemos dizer que chegamos à liberdade? Como podemos ficar em frente à televisão assistindo à novela? Como? Como podemos ser tão frios? Os comerciais do governo dizem que meu estado cresceu, não posso engolir isso! É mentira. Mas lá vem ele novamente tentar me convencer, depois de quatro anos ele me visita, lembra-se de mim. Nojento! Podre demais para suportar o cheiro! Sínico demais para tolerar! Nunca souberam administrar, sempre impuseram seu braço pesado, nos levam submissos pela força de suas armas e de seus matadores manipulados, pois não tem decência suficiente para governar por influência! Mas foi assim que cresceram os usineiros e os sedentos de injustiça de nossa política, debaixo de pressão. São pobres coitados que nunca tiveram sobre si a autoridade de verdade. Coitados! Coitados! Não conhecem o caminho do amor. Infelizes, não conhecem o caminho árduo dos trabalhadores de verdade! Segurança, educação, saúde e tudo mais é o reflexo dessa nojeira social política
O poeta é comprado, o eleitor bem mais antes. Sociedade moderna nunca houve! Como o moderno se evolveria em escândalos? Como o moderno compraria votos? Sujeira! Ratos de esgoto calem-se! Levante-se sociedade real, nós que precisamos ainda sobreviver, levantemo-nos! É tempo de mudar. Não se muda quando ninguém governa, se muda quando quem governa mostra, antes, dignidade e preocupação social.
Dignidade! Dignidade! Dignidade! Clama-se pelas ruas, quem ouvirá?
Missionário Amilton Joaquim - JOCUM-Maceió
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